Mato Grosso, Sexta-Feira, 03 de Maio de 2024     
Novo Portal
Descoberta dos restos mortais de Jane Vanini repercute no meio universitário
Nome do Campus da Unemat em Cáceres é uma referencia a militante assassinada na ditadura de Pinochet
Descoberta dos restos mortais de Jane Vanini repercute no meio universitário
17/05/2005 12:25:04
por Coordenadoria de Comunicação Social
<i>Nome do Campus da Unemat em Cáceres é uma referência à militante assassinada na ditadura de Pinochet</i>
Nome do Campus da Unemat em Cáceres é uma referência à militante assassinada na ditadura de Pinochet

Com o anúncio da Secretaria Nacional de Direitos Humanos confirmando que a ossada encontrada em um cemitério em Concepción no Chile é da cacerense Jane Vanini, a militante deixa oficialmente a lista dos desaparecidos políticos.

Jane foi morta em 1974 no Chile pela Ditadura de Pinochet. Vinte anos depois o governo chileno reconheceu a responsabilidade sobre a morte da brasileira, mas só agora seus restos mortais foram encontrados. O reconhecimento foi feito a partir de exames da arcada dentaria e DNA que confirmaram ser da militante.

Para a família, a notícia divulgada com destaque pela imprensa nacional é o fim de uma espera de 30 anos pelo direito de dar um destino digno aos restos mortais de Jane. A família expressa o desejo de sepultar a militante em Cáceres, cidade onde nasceu.

É também em Cáceres que o Campus da Universidade do Estado de Mato Grosso, Unemat recebeu o nome Jane Vanini, um reconhecimento aos ideais e luta da militante. Mas os laços entre a Unemat e Jane ultrapassam a menção da nomenclatura da unidade universitária, e envolve também a produção científica da Instituição. Em 2002, a vida política de Jane Vanini foi apresentada pela dissertação de mestrado de Maria Socorro Araújo, docente do Departamento de História da Unemat.

Em seu trabalho que teve como título “Paixões políticas em tempos revolucionários: nos caminhos da militância, o percurso de Jane Vanini”, a pesquisadora por meio das cartas escritas por Jane e que foram endereçadas aos seus familiares juntamente com entrevistas as pessoas que participaram da vida da militante no período de 1964 a 1974, retratou o período político da época.

” A partir da vida da Jane se contou um pouco da história desses países naquele momento”, comentou Maria do Socorro que enfatizou a importância de um trabalho de investigação com base no respeito e na confiabilidade entre pesquisador e as pessoas envolvidas no processo.

Sobre a dissertação que será editada em formato de livro ainda este ano, a historiadora ressaltou o respeito com que os familiares da militante trataram seu trabalho e por conseqüência o trabalho da Universidade. Já sobre a noticia do reconhecimento dos restos mortais de Jane, Maria do Socorro destacou a participação e dedicação de pessoas como Suzana Lisboa, integrante da comissão de familiares de mortos de desaparecidos políticos, e do Secretario de Direitos Humanos, Nilmário Miranda, pelos 10 anos de esforços para localização e identificação das ossadas da militante no Chile.

Salvar esta página   Imprimir notícia   Enviar notícia por e-mail Visitas: 24694 | Impressões: 139513
Compartilhar no Facebook

Notícias relacionadas

  • Nenhuma notícia relacionada